Ópera desafinada

Helenilson Chaves
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O que será do Sul da Bahia daqui a 20 anos. Muitos de nossos cidadãos, após décadas de crise e diante de algumas perspectivas, vislumbram o paraíso.

Uma visão mais realista, entretanto sinaliza na direção contrária, diante da ausência de fundamentos básicos para que esse novo ciclo de desenvolvimento se consolide.

O ponto principal é a ineficiência na formação dos futuros responsáveis pela condução das ações que levem ao progresso e à distribuição de riquezas de maneira adequada. O que vemos, hoje, é a destruição do futuro.

Observemos que a formação de nossas crianças e adolescentes, através do ensino fundamental e médio, deveria promover uma educação que efetivamente capacitasse e incutisse a noção de cidadania plena.

Esses propósitos não tem sido realizados pelos responsáveis por essas ações. As escolas de ensino fundamental e médio encontram-se numa situação que as torna incapazes de exercer o papel que lhes cabe.

Aqui no Sul da Bahia temos cidades em que o ano letivo nem começou ou começou com atraso considerável, cargas horárias ineficientes, exigências absurdas de material escolar, pais sendo obrigados a comprar fardamentos e merenda deficiente, além da estrutura precária.

Como se estivéssemos pintando o quadro de horror, essa geração que é o futuro não conseguirá exercer adequadamente profissões nem atender demandas que possam resultar na criação e distribuição de riquezas regionais.

Estamos, lamentavelmente, formando legiões de pessoas sem perspectivas, que não raro mergulham no caminho sem volta da marginalidade e das drogas. E o futuro, que poderia ser brilhante, torna-se uma opera canhestra, numa sinfonia desafinada.

Sejamos,  porém, otimistas. É possível sim reverter esse quadro. E só há  um único caminho: a Educação de qualidade, em todos os níveis e acessível a todos. Porque sem Educação no presente, simplesmente não haverá futuro.

O autor Helenilson Chaves é presidente do Grupo Chaves. Artigo originalmente publicado pelo co-irmão Pimenta.